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domingo, 24 de maio de 2020

PRÁTICAS DO BDSM:SHIBARI

PRÁTICAS DO BDSM: SHIBARI


A verdadeira amarração do amor

Quando falamos sobre Bondage, citamos o Shibari como uma das sub práticas, mas o universo do Shibari é grande demais para ser apenas citado.  Essa prática de origem japonesa, que mistura harmonicamente arte, dominação e prazer, é objeto de estudo constante de muitos Dominadores(as). Capaz de levar o corpo humano ao limite da exaustão, pode ser utilizado como forma de tortura, em sessões de Spanking ampliando a sensação de poder do Top, também pode ser usado apenas para apimentar a relação.
Shibari (しばり):  é um verbo japonês que significa literalmente amarrar ou ligar. É uma expressão que tomou um sentido diferente no século XX, quando o uso da corda (nawa em japonês) começa a ser utilizada no contexto erótico. em japonês) começa a ser utilizada no contexto erótico.
Kinbaku (緊縛): é a palavra japonesa para “bondage” ou ainda Kinbaku-bi que significa “o bondage bonito”. Kinbaku (ou Sokubaku) é um estilo japonês de amarração sexual.

A HISTÓRIA:

A arte do Shibari/Kinbaku, evoluiu ao longo de centenas de anos, incluindo aspectos religiosos, sociais, guerras e conflitos, artes marciais, teatros e revistas japoneses. Até gerar a curiosidade dos ocidentais, que acrescentaram novas características.
Para entender a fundo a história do Shibari, você pode ler mais aqui, eu recomendo a leitura das três partes da história, aqui vou abordar de uma forma mais superficial e prática.

SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR!

Além da consensualidade, o BDSM presa que as práticas sejam aplicadas da maneira mais segura possível, é obvio que após uma sessão de shibari, dependendo da intensidade, vão aparecer marcas e a pessoa vai ficar dolorida, mas a segurança citada trata de evitar traumas nocivos à saúde, por isso antes de qualquer sessão tudo é conversado, principalmente no caso de sessões avulsas (onde não há uma relação estabelecida), quando existe um contrato esses limites já foram informados.
A questão toda é que o bom senso é essencial, o São do SSC (São Seguro e Consensual), é vital para uma sessão segura. Então não é indicado o consumo de álcool nem de nenhum tipo de entorpecente, nem pelo Top nem pelo bottom, é muito importante também que o Top conheça, entenda e respeite os limites do bottom, uma vez que ele pode perder o controle sobre si e não conseguir pronunciar a Safeword, ou um gesto ou sinal pré-estabelecido caso a comunicação verbal esteja interrompida.
Toda prática exige estudo dos envolvidos, sim, até mesmo para prender as mãos com um lenço é preciso entender de anatomia e quais são os riscos, é sempre indicado que Dominadores que gostam de extrapolar alguns limites e praticantes de técnicas mais perigosas tenham uma noção de primeiros socorros caso se faça necessário.

TIPOS DE SHIBARI

Kazari-nawa (restrição artística)

Kazari (enfeitar, decorar) e nawa (corda) nesse tipo de Shibari, a parte artística é muito importante, trata-se praticamente de um decoração, a restrição se dá forma simétrica e bem trabalhada. Nesse tipo de Shibari também existe uma cobrança técnica para que haja a existência de cordas restantes ao termino da amarração.

Ne waza (técnicas de chão)

Nessa técnica as amarrações são feitas no solo, bem menos preocupada com a estética, pode ser utilizada para carícias e/ou torturas, utilizando as cordas como um meio de conexão entre os envolvidos.

Kata ashi tsuri (de semi-suspensão)   Tsuri (suspensão)

As técnicas de semi-suspensão e suspensão total exigem muita técnica e conhecimento, uma vez que a possibilidades de lesões em nervos e ferimentos mais graves, além da falta de circulação de sangue adequada. Nessas técnicas os nós são mais precisos e firmes, e ao mesmo tempo mais fáceis de serem desfeitos.

OBJETOS

Essenciais no Shibari, as cordas são protagonistas na técnica, é muito importante utilizar os tipos corretos para evitar lesões e transtorno.
O padrão ideal é alcançado utilizando-se fios de juta 100% natural e com a tradicional torção controlada de 3 pernas. Ela é ao mesmo tempo extremamente maleável e segura no que diz respeito à resistência e capacidade de prender/soltar os laços e nós, além de que, com o passar do tempo e uso, a corda de juta vai, uniformemente, ficando mais e mais macia
As cordas podem ser naturais ou coloridas, sendo que estas últimas são realizadas através de processo industrial.
A partir de fios de juta de 7 libras selecionados e limpos, iniciam-se os processos de torção e retorção que originam uma corda bruta. Estes são processos cuidadosos, que merecem toda atenção, pois a força e a quantidade de torção e retorção são apropriadas para que as cordas sejam maleáveis e, ao mesmo tempo, bem resistentes.

Os próximos passos são:

  • fervura(que acontece por um tempo determinado e com a mistura de um óleo específico), proporcionando o amolecimento das fibras brutas;
  • secagem/esticagem, para que as fibras não se contraiam;
  • enceramento, que promove uma camada de proteção das fibras externas para a queima;
  • queima, que retira todas as fibras excedentes que a corda bruta torcida promove e que, com o derretimento da cera na parte exterior das fibras, faz com que as fibras internas recebam sua proteção;
  • limpeza, que retira as fibras excedentes e queimadas da parte externa da corda; e
  • oleamento, que finaliza a Jute Hemp, fazendo com que a corda fique macia e deslize facilmente pelas mãos.

PREPARANDO O AMBIENTE

No caso das técnicas Kazari-nawa e Ne waza, é importante preparar um local adequado e confortável, já no caso das técnicas Kata ashi tsuri e tsuri, é necessário um local adequado, geralmente são instaladas roldanas no teto e/ou parede, essa instalação deve ser feita por um profissional competente e é essencial saber e respeitar os limites de peso desses equipamentos.

SEGURANÇA NA PRÁTICA

Quando são utilizados imobilizadores é sempre importante ter em mãos meios de rompe-los com facilidade, tesouras, chaves extras, e até alicates se for o caso.
É essencial verificar o condicionamento físico do bottom, se necessário fazer alongamentos e aquecimentos para evitar cãibras e contusões.
O estudo da anatomia humana no caso de imobilizações é muito importante, pois é preciso atentar-se para não interromper a circulação de sangue por um tempo que se torne nocivo, ou interromper a circulação de sangue em artérias, por exemplo.
Se não sabe não faça.
Se não tem certeza não faça.
Se está inseguro não faça.
Se não tem como interromper rapidamente não faça.

AFTER CARE

Em todas as práticas o cuidado posterior é essencial. O after care é momento de conversar, voltar ao mundo real, verificar como está o psicológico do submisso. Cuidados pós shibari podem incluir massagens para reestabelecer a circulação do sangue, alongamentos.

Se você se interessou, existem muitos vídeos tutoriais no YouTube, por exemplo, mas é muito importante estudar e treinar muito antes de partir para as técnicas que oferecem maior risco.
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